Banner adz

segunda-feira, 26 de março de 2012

PJ Jacundá

PJ não reza


Sabe aquelas histórias sobre a PJ que vira e mexe a gente gasta um tempo enorme para desmentir? Se eu lhe oferecer a chance de pensar em três destas histórias, certamente uma delas será “a PJ não reza” ou “a PJ não tem espiritualidade”, não é verdade?

Este caso chega a ser repetido por tantas e diferentes pessoas, que acaba se tornando parte da mitologia pejoteira: um grupo de histórias fantásticas e/ou fantasiosas que servem para explicar ou justificar para um grupo de pessoas porque a PJ é do jeito que é.

Quem acompanha este blog sabe que eu defendo a espiritualidade pejoteira como uma das marcas fortes de nossa identidade pastoral. E se esta é uma das características marcantes do nosso jeito de ser, é claro que este mito de que a PJ reza é algo que nos foi atribuído e que muita gente repete por aí, mas não é algo que faça parte de nossas características.
E como é que nós rezamos? Nossa espiritualidade tem características bem definidas: ela é centrada na pessoa de Jesus e na sua missão, parte sempre de nossa realidade concreta e leva sempre a uma transformação pessoal, grupal e social.

Mas se a nossa espiritualidade é tão bem definida, como podem algumas pessoas dizer que a PJ não reza? Porque na cabeça de algumas pessoas, oração é algo extremamente individualista, que é cercado de mistério e que celebra uma relação vertical (entre a pessoa e Deus) e deixa de lado a relação horizontal (entre as pessoas). 

Há também aqueles que apontam para a espiritualidade como algo que esteja desligado das coisas da vida cotidiana. Herdeiros de um platonismo mal explicado, acham que só valem mesmo a pena as “coisas do alto” e que as “coisas do mundo” só servem para nos corromper.

Por fim, entre os que acham que a PJ não reza há também aqueles que despiram Jesus de sua vida e de sua proposta. Para estes, Jesus é o maior dos milagreiros, quase um super mágico. E quase ignoram o que venha a ser Reino de Deus, quase sempre associado ao prêmio da vida após a morte para aqueles que se sacrificaram durante esta vida mundana, seguindo ao pé da letra regras e preceitos.

Então, se é assim, é fácil ter uma espiritualidade pejoteira, não é?. Infelizmente isto não é verdade. Eu já pude presenciar muitos lugares em que, de fato, a PJ não reza. E isso normalmente acontece porque não se faz a integração fé e vida de forma harmônica.

Já fui em tantas reuniões e encontros em que as pessoas simplesmente não param um minutinho para uma reflexão em torno dos mistérios da vida e da fé que nos motiva a seguir adiante. E tantas outras em que havia no cronograma o momento da “espiritualidade”, mas que estes eram momentos de discursos chatos que só falavam e falavam, mas não mexiam, provocavam ou motivavam as pessoas. Há pejoteiro que confunde oração com formação e despeja sobre os demais sua boa (ou má) oratória.

Há pejoteiro que descuida ou que acha pouco importante a oração pessoal. Para eles, bons mesmo são os momentos em que ele reza com o grupo. Claro que estes são momentos importantes, mas não se pode abrir mão do momento de rezar sozinho. Se você é capaz de guardar cinco minutos diários para estar em sintonia com a sua própria vida, com a vida dos seus irmãos, amigos, familiares, conhecidos, pedir a Deus por eles, pedir paciência para lidar com suas relações, agradecer os momentos vividos e, como dizia o padre Zezinho, pedir a sabedoria para dizer “a palavra certa, na hora certa e do jeito certo e para a pessoa certa”, você já fez grande coisa. Isto também é alimentar diariamente sua espiritualidade.

É claro que estes momentos não substituem as orações em grupo ou a celebração eucarística de sua comunidade. Todas elas têm sua importância e nenhuma delas toma o lugar da outra. A PJ tem como característica enriquecer os momentos de espiritualidade em grupo com elementos que saltam aos sentidos. Há muita cor, luzes e sombras, cheiros e sabores, vida e história, sonhos e desafios, toques e movimento, música e dança, símbolos e significados presentes nestas celebrações e orações. Este é um diferencial. E isto é muito importante. Basta ver, como exemplo, o uso da Leitura Orante da Bíblia ou do Ofício Divino da Juventude.

A PJ reza? Claro que reza! Que pergunta! Mas é preciso estarmos atentos sobre o valor que damos a estes momentos e como eles são conduzidos. Momentos de espiritualidade não são “blocos” a serem preenchidos num cronograma de reunião ou encontro, mas sim elementos fundamentais para fortalecimento da nossa identidade e da nossa missão.

http://pejotando.blogspot.com/2011/12/pj-nao-reza.html
Autor/Fonte: Rogério de Oliveira

PJ Jacundá

About PJ Jacundá -

Author Description here.. Nulla sagittis convallis. Curabitur consequat. Quisque metus enim, venenatis fermentum, mollis in, porta et, nibh. Duis vulputate elit in elit. Mauris dictum libero id justo.

Subscribe to this Blog via Email :